- Este artigo oferece uma explicação aprofundada sobre o índice IRISK elaborado pela FlexFunds com base nos resultados do III Relatório Anual do Setor de Securitização de Ativos 2025-2026.
- As informações são direcionadas a gestores de ativos que queiram conhecer o panorama da indústria e os aspectos a melhorar para se antecipar e se adaptar a contextos futuros.
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Em um ambiente financeiro cada vez mais volátil, os gestores de ativos enfrentam um desafio histórico: não apenas devem maximizar a rentabilidade ajustada ao risco, mas também demonstrar capacidade de adaptação estratégica diante de disrupções constantes.
Nesse contexto surge o índice IRISK (Investment Risk Insight and Strategy Knowledge) da FlexFunds, um instrumento que busca medir o grau de maturidade e resiliência do ecossistema de investidores, transformando a forma como se avalia a preparação dos profissionais da indústria.
Da medição do risco à avaliação de capacidades
Tradicionalmente, os benchmarks na gestão de ativos têm se concentrado em métricas de performance financeira, como rentabilidade, volatilidade, beta ou tracking error. Essas ferramentas, embora forneçam informações relevantes sobre o desempenho histórico de um gestor, são insuficientes para capturar uma dimensão crítica: a capacidade do gestor de antecipar e se adaptar a contextos futuros.
Em resposta a essa limitação, nasce o índice IRISK, projetado especificamente para complementar as métricas tradicionais incorporando uma avaliação da preparação do gestor diante de cenários de mercado dinâmicos e complexos.
Segundo o Dr. Juan Carlos Higueras, economista e especialista em finanças corporativas, o IRISK é “uma bússola estratégica que mede a preparação dos gestores para liderar em um ambiente de riscos complexos, antecipando disrupções e gerando resiliência a longo prazo”.
A diferença essencial em relação a outros índices é seu caráter prospectivo: não se limita a avaliar exposições passadas, mas captura percepções, atitudes e capacidades dos gestores para responder a riscos estruturais. Dessa forma, oferece uma leitura mais transversal, estratégica e dinâmica da indústria.
Uma pontuação com implicações estratégicas
Especificamente, o III Relatório Anual do Setor de Securitização de Ativos 2025-2026, elaborado pela FlexFunds em colaboração com a Funds Society, atribui ao índice IRISK um valor de 65/100.
Esse resultado, embora positivo, reflete um nível de preparação intermediário. Suficiente para navegar em um ambiente incerto, mas com margem clara para melhorias.
A pontuação sintetiza quatro dimensões-chave que estruturam hoje o asset management:
- Ambiente econômico-regulatório: volatilidade macroeconômica, inflação, taxas de juros e políticas monetárias, junto com a pressão normativa derivada de MiFID II, SFDR ou Dodd-Frank.
- Transformação digital: adoção de tecnologias disruptivas como inteligência artificial (IA), big data, blockchain e automação, que redefinem tanto a gestão quanto a exposição a ciber-riscos.
- Diversificação: necessidade de ampliar horizontes para ativos alternativos, temáticos ou geográficos, em um mundo onde as correlações tradicionais perderam eficácia como ferramenta de proteção.
- ESG (environmental, social and governance): integração de critérios de sustentabilidade que não são mais opcionais, mas um requisito de reguladores, investidores institucionais e clientes.
O relatório evidencia que a incerteza macroeconômica e os riscos em mercados emergentes foram avaliados com médias superiores a 8/10, enquanto os critérios ESG atingiram apenas 4,5/10, indicando baixa integração em muitas gestoras, especialmente na América Latina.
Esse contraste sugere que, embora o setor reconheça a relevância da sustentabilidade, ainda a percebe mais como um fator emergente do que como um eixo estratégico consolidado.

Metodologia e alcance
Cabe ressaltar que o IRISK não é um índice arbitrário, mas sim fruto de um processo estatístico rigoroso baseado em pesquisas com gestores de carteiras em mais de 19 países, predominantemente da América Latina (71% da amostra).
As respostas foram analisadas com técnicas fatoriais, permitindo identificar as dimensões críticas da indústria.
O valor agregado do índice não reside apenas em seu resultado numérico, mas também na possibilidade de diagnosticar vulnerabilidades e priorizar recursos.
Por exemplo, um gestor com baixa pontuação em transformação digital pode identificar a necessidade de investir em tecnologia e capacitação, enquanto outro com lacunas em ESG saberá que precisa fortalecer sua estratégia de sustentabilidade para atender às expectativas regulatórias e de clientes.
O risco de não estar preparado
De qualquer forma, a verdadeira contribuição do IRISK é conceitual. Ele redefine o risco como a ausência de preparação interna para enfrentá-lo. Nas palavras de Higueras, “o risco de não estar preparado se tornou um dos maiores riscos da indústria de asset management”.
Isso tem implicações profundas. As instituições financeiras não podem mais se limitar a reagir a mudanças, mas devem antecipá-las, desenvolver capacidades organizacionais e demonstrar liderança adaptativa.
Por isso, o índice funciona como um benchmark estratégico para a indústria: não mede tanto “o que aconteceu”, mas “quão preparado você está para o que vem pela frente”.
IRISK como vantagem competitiva
Além de sua utilidade acadêmica ou analítica, o IRISK pode se tornar um fator de diferenciação competitiva.
Os gestores que alcançarem pontuações altas estarão melhor posicionados para atrair capital, reforçar a confiança de clientes institucionais e demonstrar aos reguladores que seu modelo de gestão é sólido e sustentável.
Além disso, a capacidade de mostrar avanços em cada dimensão pode ser um argumento de marketing e reputação diante de um mercado onde a confiança se tornou um recurso escasso.
Nesse sentido, o IRISK não é apenas uma métrica de gestão, mas também um instrumento de legitimidade na indústria financeira.
Lembre-se de que, para descobrir mais sobre a indústria de gestão de ativos e o índice IRISK em particular, você pode baixar gratuitamente o III Relatório Anual do Setor de Securitização de Ativos 2025-2026, elaborado pela FlexFunds em colaboração com a Funds Society.


