- Nesta nota, explica-se quais são os motivos por trás do grande crescimento e potencial da indústria de ativos alternativos a nível global, segundo o III Relatório Anual do Setor de Securitização de Ativos.
- O conteúdo é dirigido a gestores de ativos que queiram se aprofundar sobre ativos alternativos como opção para otimizar suas carteiras de investimento e as de seus clientes.
- A FlexFunds oferece um programa de securitização de ativos que permite melhorar a liquidez de ativos alternativos e potencializar sua distribuição em múltiplas plataformas de private banking internacional. Para mais informações, não hesite em contatar nossos especialistas (formulário de contato).
Os ativos alternativos continuam ganhando espaço nas carteiras de investimento. Esses ativos oferecem diversificação e retornos superiores no longo prazo.
Essa tendência se acelera em um contexto em que a correlação entre ações e títulos tem sido inconsistente: nos últimos 50 anos, foi positiva 66% do tempo, especialmente em ambientes de taxas altas.
Isso representa um desafio chave para a gestão de carteiras.
Fonte: Bloomberg. Equities representadas pelo S&P 500 e Bonds representados pelo Bloomberg Barclays US Treasury Total Return Index
Incluir ativos alternativos não apenas captura o prêmio por iliquidez, elevando o potencial de retorno, mas também diversifica o risco, criando um perfil risco-retorno mais atraente.
Isso ajuda a mitigar a volatilidade em mercados incertos, onde flutuações podem erodir o valor de carteiras tradicionais.
Os ativos alternativos abrangem uma ampla gama: desde private equity e crédito privado até real estate e infraestrutura. Cada um desempenha um papel único em uma carteira diversificada, adaptando-se a objetivos específicos, como busca de valorização de capital ou dividendos estáveis.
As tendências chave que estão impulsionando os ativos alternativos
Segundo Maricarmen de Mateo, CFA, head de Ativos Alternativos na Vinci-Compass, há três tendências chave que estão moldando o panorama.
“Essas tendências não apenas refletem o crescimento do setor, mas também ilustram como os ativos alternativos podem ser integrados de maneira eficaz em estratégias de investimento mais amplas”, expressou a executiva no III Relatório Anual do Setor de Securitização de Ativos, elaborado pela FlexFunds em colaboração com a Funds Society.
Crescimento do private wealth e fundos semilíquidos
Historicamente, os ativos alternativos estavam reservados a investidores institucionais e grandes family offices. Esses grupos aumentaram sua exposição de forma consistente: hoje representam 54% e 43% de suas carteiras, respectivamente, frente a 47% e 27% de uma década atrás.
Atualmente, o segmento de wealth management se soma a essa onda. Cada vez mais gestores lançam fundos “semilíquidos”, altamente atrativos para uma base mais ampla de investidores. Por quê? Oferecem benefícios chave que democratizam o acesso a essa classe de ativos:
- Melhor acesso: montantes mínimos mais baixos que os fundos ilíquidos tradicionais, geralmente disponíveis em plataformas, ampliando o universo de participantes.
- Exposição imediata ao subscrever: beneficia-se de rentabilidade composta desde o primeiro dia e simplifica a operação ao não precisar gerir chamados de capital e distribuições.
- Maior liquidez: janelas periódicas para aportes e resgates, com limites preestabelecidos.
“Desde 2019, foram lançados mais de 300 fundos semilíquidos, triplicando os ativos geridos sob esse tipo de estrutura para USD 350 bilhões em dezembro de 2024. Em geral, essa estrutura facilita o início de programas alternativos, permitindo capturar alphas sem compromissos excessivos. Para investidores que estão começando a explorar essa área, representa uma entrada gradual, evitando a complexidade de compromissos de longo prazo típicos de fundos privados tradicionais”, relatou Mateo.
Explosão do mercado secundário
O mercado secundário de fundos privados cresceu exponencialmente desde seu início há 30 anos, marcando a cada ano um novo recorde. Em 2024, o volume negociado atingiu USD 158 bilhões e projeta-se superar USD 200 bilhões em 2025.
Os investidores buscam no mercado secundário soluções de liquidez por razões regulatórias, gestão ativa de carteira ou estruturação de veículos de continuação pelos gestores.
A demanda por liquidez no mercado secundário supera a oferta, agravada por distribuições escassas nos últimos três anos. Resultado: condições altamente favoráveis para compradores, com múltiplos de entrada atrativos que permitem adquirir posições com desconto.
O investimento em fundos secundários tem entregado resultados consistentes e espera-se que continue assim. Suas vantagens incluem::
- Acesso diversificado: a vintages, gestores e fundos com um único compromisso, facilitando o catch-up de vintages passados e o início de programas alternativos. Isso permite construir exposição histórica sem esperar novos ciclos de investimento.
- Revalorização e descontos: mitiga a curva-J, reduz volatilidade e índices, com retornos superiores ao mercado público.
“Como indica um recente relatório da Preqin, essa demanda crescente posiciona os fundos secundários como uma ferramenta essencial para carteiras, oferecendo estabilidade em tempos voláteis. Em ambientes de incerteza econômica, onde as distribuições de fundos primários são limitadas, o secundário atua como ponte para manter liquidez sem sacrificar o potencial de upside”, indicou Mateo no III Relatório Anual do Setor de Securitização de Ativos.
Preferência por mid-market buyouts
Investidores com programas maduros preferem fundos de buyout focados em empresas médias (“mid-market buyouts”) em vez de mega fundos focados em large-cap. Por quê? Retornos esperados mais altos.
Os fundos mid-market demonstraram ter retornos mais altos que os mega, embora com maior volatilidade. Isso se baseia em:
- Um universo investível mais amplo e fragmentado, reduzindo a competição e resultando em múltiplos de entrada mais baixos, permitindo compras a avaliações mais atrativas.
- Menor alavancagem nas empresas, chave em ambientes de taxas altas, onde endividamento excessivo pode impactar significativamente os lucros.
- Múltiplas saídas, não apenas IPOs, vendas a compradores estratégicos ou outros gestores de private equity, oferecendo flexibilidade na realização de ganhos.
Fonte: Prequin Q1 2025
Esses fundos têm potencial de melhorar o retorno médio e essa tendência ressalta a busca por eficiência em um mercado que, para alguns, tem se saturado com transações de grande escala.
“Os ativos alternativos continuam se expandindo, e esperamos que essa trajetória persista. Apesar de desafios em análise, sofisticação e operação —como a necessidade de avaliações detalhadas e manejo de estruturas complexas—, as oportunidades em suas sub-classes são vastas, alinhadas com objetivos de diversificação e redução de volatilidade”, concluiu de Mateo.
Lembre-se que, para se aprofundar sobre ativos alternativos na gestão profissional de carteiras, você pode baixar o III Relatório Anual do Setor de Securitização de Ativos 2025-2026, elaborado pela FlexFunds em colaboração com a Funds Society, que fornece estatísticas específicas sobre este setor em constante crescimento.
 
		

 
		 
		 
		 
		 
		 
		

